terça-feira, 29 de março de 2011

A identificação e a acentuação de certas características da espécie botânica nas suas fases de mutação, é associada a acções gráficas de ordem semântica e processual. A alteração rítmica de um traço denso intensifica um gesto tenso tanto quanto a fluidez aquosa de um instante que se dissipa. Cada gesto procura cruzar a acção gráfica com a improvisação espacial e simbólica que a sustenta. O corpo físico é entendido como médium no manuseio do pincel chinês, da pena gráfica, das aguadas de pigmento e cor.
Cada desenho indexa um processo alla prima. Vive de gestos antecipados, gestos de ar e com movimentos furtivos [...] Desenhar é saberse solo, ou seja, preparado para afrontar o desconhecido e saber multiplicar-se, ou seja mover-se e metamorfosear-se .
A série Magnólia é referência acima de tudo ao que fica por dizer, ao que na suspensão do olhar se completa pelo inefável nos caminhos da percepção sensível. É aí que reside a poética do desenho.

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