quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS

Lace 2010 CUPPER Melanoselinum




Lace 2010 CUPPER Melanoselinum




Lace 2010 ARGENT Melanoselinum





Lace 2010




Lace 2010




Melanoselinum . Rosário Forjaz . RINGs & PINs . 2010


domingo, 5 de dezembro de 2010

Melanoselinum . Rosário Forjaz . joalharia . 2010

Melanoselinum decipiens é o nome latino que identifica a espécie botânica em referência a esta exposição. A terminologia varia de acordo com as culturas e os países. Na língua portuguesa, é conhecida por aipo de gado ou aipo da serra, em francês selin noir, em espanhol perejil negro, em inglês black parsley, zwarte peterselie em holandês, entre outros.

Pertence à família das Apiaceae. A inflorescência resulta da distribuição dos pedículos numa volumetria que sugere a forma de um guarda chuva. Na relação com o eixo central, esta estrutura sustenta as flores e é responsável pela condução da seiva. As pequenas flores de cor esbranquiçada apresentam uma simetria radial com cinco sépalas, cinco pétalas e cinco estames. A dimensão de cada influorescência varia, podendo alcançar um diâmetro bastante grande. A floração ocorre entre os meses de Abril a Agosto.

A viagem à ilha da Madeira no verão de 2009 permitiu-me contactar com esta espécie endémica da ilha. Conhecê-la no seu habitat. Colhê-la.
Mais tarde, longe, no ateliê no Porto, o pensamento evoca, flui, cruza o tempo.
Da viagem, dos passeios a pé, ficam os registo gráficos de plantas, de flores. Herbários que guardo. Objectos relicário onde a escolha do papel suporte é cuidada na forma, na cor e na dimensão reduzida em conformidade com a bagagem de viajante.

A deslocação dos registos do lugar de origem equaciona uma dimensão espacial e temporal nova. O gesto repete-se e sobrepõe-se ao anterior sem o substituir.
Pensar Melanoselinum é intuir poética e plasticamente sobre a ideia de paisagem. Se por um lado a fisionomia da espécie botânica alicerça o desafio, por outro a integração dos seus elementos em processos de experimentação e seriação gráfica nomeia o que não se conhece. As linhas de orientação articulam-se. Expandem-se em diferentes direcções e coordenadas na experiência do sensível. A sistematização dos processos de experimentação e pesquisa cria categorias que organizam o que primeiro se informou ou sugeriu. A narrativa convoca a ficção atribuindo etiquetas nominais abertas à reflexão.
Cada objecto é paisagem. Cada ring cada pin, é desenho. São objectos de mão agrupados em dois grupos de acordo com o uso. São 50, meio cento: 25 alfinetes e 25 anéis. Circulares na forma, dinâmicos no conceito: linhas em circulo (lc) e círculos em círculos (cc). O método de trabalho subverteu em certos casos as diferenças ou possíveis exigências de uso parcial (entre os dois grupos). Como num arquivo, que sistematiza a informação e cada acção, o desenho converte-se em processo e a criação é entendida como desenho em si mesmo.

A matéria das coisas e a semântica visual das formas, cores, texturas, concordâncias, cheios e vazios, silêncios e densidades, convocam a permanência do olhar revisitado. A corola da flor, a pulverização das sementes, a estrutura radial dos estames, o envelhecimento que confere a patine cobre, a oxidação e a subtil inscrição na auréola da flor que subsiste, são corpo vegetal.

O desenho resgata a matéria ao compromisso formal e conceptual.
RINGs & PINs são objectos para usar no corpo. são desenhos em transito.

RINGs & PINs





RINGs & PINs com novo dono

MELANOSELIUM